 
O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat,
é um instrumento do Governo Federal para cumprimento dos
compromissos firmados pelo Brasil quando da assinatura da Carta
de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é
organizar o setor da construção civil em torno de
duas questões principais: a melhoria da qualidade
do habitat e a modernização produtiva.
A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações,
entre as quais se destacam: avaliação da conformidade
de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de
materiais, formação e requalificação
de mão-de-obra, normalização técnica,
capacitação de laboratórios, avaliação
de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor
e promoção da comunicação entre os setores
envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade
no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços,
a redução de custos e a otimização do
uso dos recursos públicos. O objetivo, a longo prazo, é
criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções
mais baratas e de melhor qualidade para a redução
do déficit habitacional no país, atendendo, em especial,
a produção habitacional de interesse social.
Arranjo institucional
O PBQP-H integra-se à Secretaria Nacional de Habitação,
do Ministério das Cidades, e está formalmente inserido
como um dos programas do Plano Plurianual.
Diversas entidades fazem parte do Programa, representando segmentos
da cadeia produtiva: construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes
de materiais e componentes, bem como a comunidade acadêmica
e entidades de normalização, além do Governo
Federal.
A gestão compartilhada se dá de forma transparente,
baseada fundamentalmente em discussões técnicas, respeitando
a capacidade de resposta do setor e as diferentes realidades nacionais.
Nesse sentido, o PBQP-H é um programa que se constrói
sobre consensos, e sobre um arranjo institucional firmado na parceria
entre setores público e privado.
Conceitos
O PBQP-H procura se articular com o setor privado afim de que
este potencialize a capacidade de resposta do Programa na implementação
do desenvolvimento sustentável do habitat urbano. Por isso,
sua estrutura envolve entidades representativas do setor, compostas
por duas Coordenações Nacionais, que desenham as diretrizes
do Programa em conjunto com o Ministério das Cidades. Tais
diretrizes são estabelecidas em fórum próprio,
de caráter consultivo: o Comitê Nacional de Desenvolvimento
Tecnológico da Habitação – CTECH, cuja
presidência é rotativa entre entidades do governo e
do setor.
O Programa não se vale de novas linhas de financiamento,
mas procura estimular o uso eficiente dos recursos existentes, oriundos
de diferentes fontes (OGU, FGTS, Poupança etc.) e aplicados
por diferentes entidades (CAIXA, BNDES, FINEP, SEBRAE, SENAI, etc.).
Por outro lado, o Programa conta com grande contrapartida privada,
sendo os recursos do Governo Federal destinados basicamente para
custeio, estruturação de novos projetos e divulgação
Uma das grandes virtudes do PBQP-H é a criação
e a estruturação de um novo ambiente tecnológico
e de gestão para o setor, no qual os agentes podem
pautar suas ações específicas visando à
modernização, não só em medidas ligadas
à tecnologia no sentido estrito (desenvolvimento ou compra
de tecnologia; desenvolvimento de processos de produção
ou de execução; desenvolvimento de procedimentos de
controle; desenvolvimento e uso de componentes industrializados),
mas também em tecnologias de organização, de
métodos e de ferramentas de gestão (gestão
e organização de recursos humanos; gestão da
qualidade; gestão de suprimentos; gestão das informações
e dos fluxos de produção; gestão de projetos).
Outros princípios importantes do Programa são: atuação
integrada do poder público, para ampliar a otimização
dos recursos e das ações, com maior sintonia entre
as políticas de habitação municipais, estaduais
e federal; descentralização, para fazer com que as
aplicações correspondam à realidade de cada
unidade da federação, ampliando o controle e a efetividade
das ações; parceria entre agentes públicos
e privados, para cumprir uma tarefa que é de toda a sociedade,
pois a ação do poder público, isolada, será
limitada; participação da sociedade civil, para assegurar
que as ações do poder público estejam em conformidade
com as necessidades e prioridades da população, e
contar com a experiência de diversos setores da sociedade.
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